terça-feira, 11 de maio de 2010

Papa quer cristãos empenhados na economia e na política

O Papa Bento XVI quer cristãos mais empenhados “no meio do mundo, na família, na cultura, na economia, na política” e menos preocupados com as “estruturas e programas eclesiais”, onde se terá por vezes colocado uma “confiança excessiva”.


Num cenário que tinha o rio Tejo por fundo, onde dezenas de barcos preenchiam a festa, o Papa afirmou: “A prioridade pastoral hoje é fazer de cada mulher e homem cristão uma presença irradiante da perspectiva evangélica no meio do mundo, na família, na cultura, na economia, na política.” E acrescentou: “Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções.”

Por isso, “é preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé”. Bento XVI acrescentou que esta é uma “alavanca poderosa” e um “vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano”. E assegurou que “nenhuma força adversa pode destruir a Igreja”.

Na sua homilia, o Papa referiu ainda, sobre a Igreja: “Sabemos que não lhe faltam filhos insubmissos e até rebeldes, mas é nos santos que a Igreja reconhece os seus traços característicos e, precisamente neles, saboreia a sua alegria mais profunda.”

O Tejo foi ainda o mote para Bento XVI, à semelhança do patriarca de Lisboa no início da missa, falar do papel de tantos portugueses na evangelização. De Lisboa, “partiram em grande número gerações e gerações de cristãos”. “Glorioso é o lugar conquistado por Portugal entre as nações pelo serviço prestado à dilatação da fé: nas cinco partes do mundo, há Igrejas locais que tiveram origem na missionação portuguesa”, acrescentou.

O Papa pediu ainda que os católicos portugueses participem com a sua identidade “cultural e religiosa” na construção da União Europeia.

Bento XVI utilizou várias vezes a expressão “homens e mulheres”, num reflexo de linguagem inclusiva pouco habitual. E momentos depois da homilia, a oração de consagração foi feita em latim, enquanto o Papa distribuía a comunhão a 35 pessoas seleccionadas, que tinham que se ajoelhar para o efeito. Uma prática que já não é habitual na Igreja.

in http://publico.pt/Sociedade/papa-quer-cristaos-empenhados-na-economia-e-na-politica_1436679

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