quarta-feira, 22 de abril de 2009
Paraiso Tropical em Salvador
De 1° C para 39°C, de frutos do mar com técnica espanhola direto para o tempero baiano. Sim, voltei de Madri e já caí direto no carnaval de Salvador. E a primeira coisa que fiz foi conhecer o Paraíso Tropical.
É totalmente clichê, mas nunca vi um nome tão apropriado para um restaurante. Ele fica em Salvador no bairro do Cabula. E é Cabula porque é o lugar para onde a molecada foge depois de cabular aula. Coisas da Bahia.
O Paraíso Tropical fica em uma chácara de 28 mil metros quadrados, onde existem 5.000 pés de frutas plantadas, de 50 tipos. Da amora ao jambu. De manga a biri-biri e outras coisas que eu jamais havia ouvido falar.
O dono da cozinha, da chácara e de mais 600 fazendas na Bahia (segundo ele próprio) é Beto Pimentel, baiano que durante muito tempo teve loja de roupas na rua Clodomiro Amazonas, em São Paulo, sempre trabalhou com comércio e, há sete anos, cansou de cozinhar de graça para os amigos e resolveu abrir seu restaurante e deixar outras pessoas conhecerem seu jeito bastante peculiar de fazer cozinha baiana.
Para qualquer pessoa que você pergunte sobre ele em Salvador, a resposta será a mesma: em vez de usar leite de coco, ele usa a polpa do coco verde batida com água de coco no liquidificador; em vez de usar azeite de dendê, ele cozinha o fruto do dendê junto com o camarão e acrescenta na moqueca uma massa de dendê feita no próprio restaurante.
Sim, Pimentel faz uma “releitura” da culinária tradicional baiana procurando deixá-la mais natural, mais leve e destacar ao máximo as frutas. Todo o cardápio é recheado delas. São grelhadas junto com peixe, fazem parte da massa da torta e estão até dentro da moqueca. No final, sabe qual é a sobremesa? Uma cesta gigantesca com todas as frutas disponíveis no sítio naquele dia, para provar de tudo. E se você comeu demais e não agüentar, tudo bem, eles embrulham e você leva as frutas para casa. Não só ela, mas uma bananinha sem açúcar feita doce dentro da palha (que eu amei tanto que comi tudo antes de lembrar de fotografar).
Outra “excentricidade” de Beto Pimentel (e olha que ele tem muitas: é viúvo quatro vezes e vive com a quinta mulher, tem 23 filhos, 600 fazendas…) são os sucos e roscas (caipiroscas). Ele tira a polpa da fruta, congela e serve como “frozen”.
in http://colunistas.ig.com.br/comidinhas/2008/02/06/o-paraiso-tropical-da-bahia/
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