sexta-feira, 24 de abril de 2009

Quatro milhões de desempregados em Espanha

No final do primeiro trimestre deste ano, o desemprego em Espanha ultrapassou a fasquia psicológica de quatro milhões de pessoas. De acordo com os dados do Inquérito de População Activa, hoje divulgados em Madrid, o número de desempregados espanhóis atingiu, em finais de Março, 4.010.700, equivalente a 17,3 por cento da população activa, o valor mais alto da última década.

As previsões governamentais inscritas no Orçamento de Estado apontavam para este ano uma taxa de desemprego de 15,9 pontos percentuais.

A variação interanual é, ainda, mais brutal. Nos últimos 12 meses, o desemprego afectou mais de 1,8 milhões de espanhóis, com uma destruição de postos de trabalho superior a 1,3 milhões. O drama social tem outras variantes. Assim, em Março, segundo os valores agora divulgados, mais de um milhão de famílias, concretamente 1.068.400, tinham todos os seus elementos sem emprego.

Por sectores de actividade, os serviços concentraram o maior aumento de desempregados, cerca de 1,4 milhões, seguidos da construção com 743 mil. No entanto, esta actividade apresenta a maior variação de taxa anual de desemprego, com uma espectacular subida de 152,8 por cento. Depois da construção, segue-se o sector industrial, com mais de 373 mil novos desempregados, que, face ao último trimestre de 2008, registou a maior subida de desemprego: 29,54 pontos. Na agricultura, o número dos sem emprego chegou aos 170,5 mil.

Os dados divulgados permitem concluir que os que procuram o seu primeiro emprego subiram entre Março do ano passado e o final do último mês em 51,4 por cento. Aliás, o número de jovens desempregados aumentou em 85.400 para os de idades compreendidas entre 16 e 19 anos, enquanto na faixa etária dos 20 aos 24 anos, esta subida foi, nos últimos 12 meses, de 223.100. Já os desempregados entre os 25 e 54 anos duplicaram no último ano, quase chegando aos três milhões: 2.927.500.

“Os dados são maus e piores do que esperávamos”, admitiu a vice-presidente segunda do Governo e ministra da Economia, Elena Salgado. Esta responsável mostrou confiança de que, a partir do corrente mês de Abril, “haja uma clara inflexão e desaceleração na subida do desemprego”.

Por seu lado, Octávio Granado, secretário de Estado da Segurança Social, considerou que Espanha está “no epicentro da crise, no núcleo da tempestade”. Para Granado, os números de Abril serão melhores. “Deixamos para trás um trimestre muito mau, aliás o primeiro trimestre do ano é sempre mau, pelo que os próximos indicadores vão ser melhores em termos de emprego e filiação na Segurança Social”, assegurou.

in http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376351&idCanal=57

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